meus amigos do passado
envelheceram
e eu ainda carrego comigo
o carretel linha impregnada de cerol.
não tenho outros motivos,
não tenho outras decisões. a
sombra e o reflexo estão
tais e quais
à deriva de si mesmo.
eu sou o estar à deriva.
não imagino como possamos acreditar em outras coisas que não aceitamos como nossas.
meus amigos do passado
são novos e distantes
meus fantasmas do presente
são contínuos e próximos.
eles se alimentam,
eles se vivem,
eles se bastam.